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segunda-feira, 17 de dezembro de 2012


Ele, um violão e gostas de chuvas, puro êxtase...
Mesmo que tenha partido, e pra bem perto, o coração desanda, deságua, delira.
Os olhares continuam iguais, aos de ontem, aos do mês passado, do ano que se fora, as páginas todas em branco, esperando por nós.
A boca seca, implorando adeus, como quem diz eu te amo daqui a dois segundos e nada mais.
Palavras despidas, vestidas e engolidas. Quis assim.
A inspiração da canção... Só eu sei!
Fotografias decoradas de silêncio não bastam, quero a alma, o beijo, o tocar.
Nem isso pra lembrar.
Nuvens partidas encontram o mar, eles transbordam, enfatizam, inspiram.
O luar é nosso par, nosso ajuste.
Mesmo sem luar, estrelas e nuvens cinzentas, olhar o céu satisfaz, me traz, atrai.

 

segunda-feira, 1 de outubro de 2012


A chuva lá fora,rios inundados de lágrimas,olhos cheios d’água.A cidade vazia como quem diz adeus pra não mais voltar.As flores em preto em branco,todas as fotografias rasgadas e cheirando a brasa.Os rios todos calados e roubados,como seus sonhos,que aos poucos adormeciam..
Ela queria o mar,o sol, o mundo.Era seu senhor aquele estúpido viajante tempo.A chuva era seu sonho maior,sim,a chuva,ver a chuva mansa que escorregava devagar daquelas nuvens cinzas,ver a chuva que aparecia na janela do seu quarto quente.
E as crianças que na chuva estavam não eram suas, eram de um país triste e impuro que as obrigaram a ser de qualquer um,menos de uma família.
E ainda assim, ela era feliz ..

sábado, 28 de julho de 2012


A verdadeira essência do teu ser estava ali, do outro lado da rua, ele quis que estivesse tudo calmo e enfim ela transformara em solidão todo o amor que ele havia resgatado, um amor sem porque,sem pra que, e sem fim.
A rotina às vezes cansava, e ele não estava nem aí, queria mesmo era viver aquele amor, mesmo que fosse sozinho. Era muita nostalgia pra um momento só, ele queria viver, ela também, ela queria um amor,ele só o amor que fosse dela. E assim eles vivem, anulando emoções, se trancando em silêncios não desejados.
É muito fácil lembrar que todo sentimento é vivo, mesmo que não possa ser doado.

quarta-feira, 18 de julho de 2012



Ela não era do rio, estava apenas de passagem, não lhe ensinaram a transbordar, ela só andava pela margem, era feia de tão bela.
Sabia tão bem iludir que já vivia em estado de dormência permanente, os cravos mal sabiam se amavam ou aquietavam-se.Sua praia não era o rio,era o mar,e era disso que eles tinham medo.
Menina das águas, da terra, do ar, me diz que tá pronta pra ser doce, ser calma e ser minha. Conta pra eles que queremos dançar,conta,conta que eu te ajudo ser, seja que eu te ensino ficar, fica que aprendemos a gostar, gosta e dançamos pra o luar.
Vem me lembrar de que o sol é nosso, a casa também, e te faço moldura, são retratos dos teus traços esse meu embaraço de te deixar um abraço meio sem por que.
A Vida me fervia, me servia, me queria, quem era a Vida? Ah, ela é minha. Suas cores cobriam o fogo, duravam até a noite, escaldavam os recônditos de cada ser que lhe cabia.Amarelo,vermelho,preto,quem dera que verde fosse sua cor.
Na verdade eu sabia,ainda sei,que seus pedaços e cores estão na tarde que cai,na chuva que molha,nas arvores que brotam,nos rios que escorrem,na palavra solta que voa devagar.

sábado, 14 de julho de 2012

Me encontrei num cubismo seco,nele se estampava minha face,a qual eu mais gostava.
Não eram as telas,nem as tintas,eram suas mãos macias,eu conseguia ver sua pele que se escondia em qualquer pedaço de corpo,quem me dera tocar.
A TV não me serve,eu quero tinta e suor,desde que sejam teus.De Romero à  Picasso,eles pouco me importam ,se te tenho pra colorir minhas telas brancas.
Duvido conseguires pintar o amor que te pulsa e te acorda,pra vida,ou de um sono qualquer.
               

domingo, 8 de julho de 2012


Todos os versos já se diziam escondidos,e todos eles gritavam,explodiam,transbordavam uma beleza demasiada que somente a flor sabia explicar.
A flor de tão forte que um dia foi,hoje traz um sorriso amargo contentado em pedaços de vida encontrados em solos que talvez se percam por entres noites durante a caminhada pra o fim.
Flores para a Flor,que tanto dói,e tanto sorrir,ela pensa,chora e um dia se finda num jardim duplamente seu.

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Quando fui chuva ..

Me deixei cair nos teus braços,pra sentir esse teu afago extravagante,quis molhar teus lábios,mas abaixou a cabeça e sorriu,tu não quis deixar a lama te cobrir os pés.
Sumi por um tanto,permitir o sol repousar e voltei pra ti,pra ti molhar,molhei tua roupa,teu corpo e teus planos,te aquieta benzinho,amanhã ele volta,o sol volta,pra ti e pra mim.
Te apareço num piscar,assim mesmo na surdina,de miúdo em miúdo sou teu castigo mais puro e frio,sou chuva fina meu bem ..
Minhas gotas cobriram as pedras,as casas e as ruas,tantos me ceifariam se tão grande eu fosse,escolhi ser fraca,frágil e fria,se protegem,e ainda assim respingo gelo a quem me deste janelas entreabertas ..
Reguei tuas flores e todo teu jardim,fiz do teu inverno quase sim uma primavera,só quis teu amor ...