
Ela não era do rio, estava apenas de passagem, não lhe ensinaram a transbordar, ela só andava pela margem, era feia de tão bela.
Sabia tão bem iludir que já vivia em estado de dormência permanente, os cravos mal sabiam se amavam ou aquietavam-se.Sua praia não era o rio,era o mar,e era disso que eles tinham medo.
Menina das águas, da terra, do ar, me diz que tá pronta pra ser doce, ser calma e ser minha. Conta pra eles que queremos dançar,conta,conta que eu te ajudo ser, seja que eu te ensino ficar, fica que aprendemos a gostar, gosta e dançamos pra o luar.
Vem me lembrar de que o sol é nosso, a casa também, e te faço moldura, são retratos dos teus traços esse meu embaraço de te deixar um abraço meio sem por que.
A Vida me fervia, me servia, me queria, quem era a Vida? Ah, ela é minha. Suas cores cobriam o fogo, duravam até a noite, escaldavam os recônditos de cada ser que lhe cabia.Amarelo,vermelho,preto,quem dera que verde fosse sua cor.
Na verdade eu sabia,ainda sei,que seus pedaços e cores estão na tarde que cai,na chuva que molha,nas arvores que brotam,nos rios que escorrem,na palavra solta que voa devagar.
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