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sábado, 28 de julho de 2012


A verdadeira essência do teu ser estava ali, do outro lado da rua, ele quis que estivesse tudo calmo e enfim ela transformara em solidão todo o amor que ele havia resgatado, um amor sem porque,sem pra que, e sem fim.
A rotina às vezes cansava, e ele não estava nem aí, queria mesmo era viver aquele amor, mesmo que fosse sozinho. Era muita nostalgia pra um momento só, ele queria viver, ela também, ela queria um amor,ele só o amor que fosse dela. E assim eles vivem, anulando emoções, se trancando em silêncios não desejados.
É muito fácil lembrar que todo sentimento é vivo, mesmo que não possa ser doado.

quarta-feira, 18 de julho de 2012



Ela não era do rio, estava apenas de passagem, não lhe ensinaram a transbordar, ela só andava pela margem, era feia de tão bela.
Sabia tão bem iludir que já vivia em estado de dormência permanente, os cravos mal sabiam se amavam ou aquietavam-se.Sua praia não era o rio,era o mar,e era disso que eles tinham medo.
Menina das águas, da terra, do ar, me diz que tá pronta pra ser doce, ser calma e ser minha. Conta pra eles que queremos dançar,conta,conta que eu te ajudo ser, seja que eu te ensino ficar, fica que aprendemos a gostar, gosta e dançamos pra o luar.
Vem me lembrar de que o sol é nosso, a casa também, e te faço moldura, são retratos dos teus traços esse meu embaraço de te deixar um abraço meio sem por que.
A Vida me fervia, me servia, me queria, quem era a Vida? Ah, ela é minha. Suas cores cobriam o fogo, duravam até a noite, escaldavam os recônditos de cada ser que lhe cabia.Amarelo,vermelho,preto,quem dera que verde fosse sua cor.
Na verdade eu sabia,ainda sei,que seus pedaços e cores estão na tarde que cai,na chuva que molha,nas arvores que brotam,nos rios que escorrem,na palavra solta que voa devagar.

sábado, 14 de julho de 2012

Me encontrei num cubismo seco,nele se estampava minha face,a qual eu mais gostava.
Não eram as telas,nem as tintas,eram suas mãos macias,eu conseguia ver sua pele que se escondia em qualquer pedaço de corpo,quem me dera tocar.
A TV não me serve,eu quero tinta e suor,desde que sejam teus.De Romero à  Picasso,eles pouco me importam ,se te tenho pra colorir minhas telas brancas.
Duvido conseguires pintar o amor que te pulsa e te acorda,pra vida,ou de um sono qualquer.
               

domingo, 8 de julho de 2012


Todos os versos já se diziam escondidos,e todos eles gritavam,explodiam,transbordavam uma beleza demasiada que somente a flor sabia explicar.
A flor de tão forte que um dia foi,hoje traz um sorriso amargo contentado em pedaços de vida encontrados em solos que talvez se percam por entres noites durante a caminhada pra o fim.
Flores para a Flor,que tanto dói,e tanto sorrir,ela pensa,chora e um dia se finda num jardim duplamente seu.